terça-feira, julho 22, 2008

Quando dei por mim, ri


12 de julho de 2008

Quem nunca fez 'reuniãozinha no apê' com aqueles amigos retardados antes de ir pra uma festa qualquer que atire uma pedra!
É, estava todo mundo ali pra me salvar de mim mesma e eu também estava ali, achando a vida irônica, injusta, bela, engraçada, tudo ao mesmo tempo. Ora impludindo de alegria, ora desmontando na nostalgia. Bebendo drinks finos e falando sobre planos, sobre não ter planos, sobre saudade, sobre sinal verde, sobre decoração, sobre amar, sobre transcender, sobre a bunda da byoncé. E de repente já era hora de ir pra festa.
Festa? Mas hoje a cidade tava toda indo pra um lugar só: Coco de boi, bandas analfabéticas e modelitos pseudocountry.
“Tri legal essas Agroexposições hein!” Eles entenderam a ironia do meu entusiasmo forjado e riram junto.
Estávamos indo na direção oposta.
De dentro do carro, com a vista meio turva, eu via a cidade à noite e as suas luzes passando rápido, quase me enjoando o estômago.Engraçado como essa imagem sempre me faz pensar em tudo. Me faz pensar demais aliás.
E mesmo com todos falando alto demais, tudo o que eu escutava era o som do carro tocando baixinho aquela música do Jet: hold on. Linda por sinal!
Queria entender porque naquela noite eu não estava esperando por nada que não fosse mais profundo que uma poça d'água.Só sentia aquele vazio enorme no peito e ficava me perguntando o porquê disso. Um vazio que não podia ser preenchido por gente à toa, que não podia ser preenchido por ninguém, mas estava tudo certo e não era, nem de longe o fim do mundo pra mim...
Oras, tanta noite pela frente e eu pensando em vazios e sede besta de explicações sobre isso tudo que não faz o menor sentido.
Tudo o que eu precisava era esbanjar a minha simpatia tonta hoje e conversar sobre qualquer coisa. Não era pra pensar ora bolas!
Quando dei por mim, ri: Acho que eu só estava um pouco bêbada demais. [rs]

quarta-feira, julho 16, 2008

De volta

Sábado, 04:28h da manhã.
Cheguei a casa em silêncio, joguei as chaves no criado mudo e a bolsa em cima da cama...
Me olhei no espelho: Meu cabelo lembrava mesmo o cabelo do Johnny Bravo, o lápis já tinha virado um borrão nos olhos mas não escondeu o sorriso involuntário que eu estava dando por causa da noite maluca que um dia eu hei de contar aqui.
Tudo passou pela minha cabeça em um segundo: Toda a ousadia das pessoas, toda a minha indignação com a loucura alheia, toda a dor de qualquer coisa, todos os possíveis acasos do mundo, tudo.
Eu estava orgulhosa de mim de uma forma que não fazia sentido e tinha alguma coisa me incomodando. Juro que daria um rim pra descobrir o que era.
Sentei em frente ao computador. Fiquei lendo textos antigos, remoendo coisas...
Mudei de humor: Senti angústia, senti como se estivesse chovendo ácido lá fora e eu não pudesse sair, senti como se não houvesse remédio pro que eu estava sentindo.
Não havia nada além do passar do tempo e o silêncio.
Pensei que talvez todo começo e fim sejam banais assim, que a quantidade seja a minha realidade e não tinha outro jeito. Me senti triste, lógico, mas tentei ver o lado bom, afinal de contas, toda essa ‘baderna’ me faria esquecer rapidinho qualquer problema.
Voltei à leitura.
Ah, se esse texto estúpido pudesse consertar os problemas, eu o leria todos os dias. Resmunguei enquanto lia seu ultimo bla bla bla.
Então eu tinha que escrever o que eu tava sentindo, era só arregaçar as mangas e começar, como eu sempre fiz, sem medo de parecer idiota. Mas alguma coisa não tava me deixando fazer.
Falta de inspiração, não era. Muito menos falta de assunto. Eu poderia escrever páginas e mais páginas sobre últimos acontecimentos com aquele orgulho desleal, mas o silêncio estava ferindo os meus ouvidos e eu, definitivamente, estava me sentindo fraca demais pra dizer 'te odeio' com alma de 'eu te amo’. Dessa vez seria inútil.
Percebi que tudo o eu precisava era admitir uma coisa pra mim mesma:
É que eu não estava nem aí pra toda essa gente e eu continuava querendo você.
O pensamento se arrastou pelos neurônios, mas saiu e mesmo sabendo que eu iria me arrepender pela amanha eu decidir colocar pra fora assim: sem propósito algum, só pra aliviar a dor.
Decidi dizer que na verdade eu não ligo pra quantidade, eu não quero o mais bonito, nem o mais rico, nem a mais gostosa, nem a mais qualquer coisa! Não estou nem ai pra nada mesmo e admito! Eu só queria você, daquela forma que eu acreditava.
E depois que isso saiu como se fosse um parto cerebral eu senti vontade de subir no telhado e gritar. Mas estava fraca de tanto acreditar.
Foi um sentimento de perda enorme, perdi inclusive a voz e fiquei em silêncio como se nada que eu fizesse fosse adiantar. Era tarde demais pra todo mundo e eu só podia mesmo era escrever pra ver se eu deixava de acreditar.Mais uma vez eu errei nisso de acreditar.E uma conclusão: a vida é muito irônica.
O que você disse que eu faria e te magoaria, foi o que você fez!
Eu fico aqui tentando dar explicações pra isso. Não sei se acho engraçado ou extremamente feioso. Adjetivo pra isso eu não
encontrei e não sei por que eu ainda meço as minhas palavras. Feioso? Eu podia usar algo mais cortante... Quanta demência meu Deus...
Tava me achando uma boba a ponto de dar risada e quase quebrar o elefantinho que o japonês jurou que me traria sorte no amor - Por seis reais? Ta né.
Então falei baixinho como se alguém mais estivesse no quarto pra me ouvir:"O que eu faço com tudo isso?" com aquela cara de quem acabou de ver a vinheta nova da MTV e não entendeu porra nenhuma... Então fiquei jurando que eu na próxima vez eu faria diferente e não acreditaria em mais nada, seria durona, faria jus a minha fama e não perderia um minuto de sono dando sorrisos fáceis pro teto do meu quarto com a cabeça no travesseiro.
Pensei em tudo isso com aquela expressão de quem decidiu que vai pular de pára-quedas pra mostrar que tem coragem!
Mas um segundo depois eu desisti da idéia. Percebi de relance que a vida não faz muito sentido quando a gente não acredita nas pessoas... A vida fica meio vazia.
Dói quando a gente percebe que defendeu um sentimento com unhas e dentes e fica com um “Mas por quê?” enorme entalado na garganta quando descobre que foi só uma coisa qualquer, eu sei.
Mas sabe de uma coisa? Eu vou continuar acreditando nas pessoas. Porque é assim que tem que ser, eu garanto.
Não deu outra, ri de novo da minha cara e fui dormir sentindo todos os medos do mundo e só uma lembrança na cabeça: Um Flavio meio bêbado dizendo sério que “tudo passa até uva-passa” e incrivelmente me fazendo rir quando eu não queria rir...

terça-feira, julho 15, 2008

Por experiência própria

Seis dicas para um encontro menos constrangedor:

1- Esteja levemente alcolizada. Isso vai te deixar naturalmente mais a vontade.

2- Se não estiver prestando mesmo atenção ao que a outra pessoa está dizendo, não diga "han?", apenas finja que entendeu e sorria.

3- Se perguntarem confirme que você é sempre 'avoada' assim mesmo.

4- Ao beijar, apenas beije e esqueca aquela mania besta de definir seus sentimentos.

5- Nunca! Eu disse nunca seja tão sincera a ponto de admitir que ainda está tentando esquecer alguem.

6- Definitivamente não seja sincera.


rs

=S

terça-feira, julho 08, 2008

Meu Vício Agora

Não vou mais falar de amor
De dor, de coração, de ilusão
Não vou mais falar de sol
Do mar, da rua, da lua ou da solidão
Meu vício agora é a madrugada
Um anjo, um tigre e um gavião
Que desenho acordada
Contra o fundo azul da televisão
Meu vício agora...É o passar do tempo
Meu vício agora...Movimento
Não vou mais perter
Lágrimas baratas sem nenhum porque
Não vou mais vender
Melôs manjadas de Karaokê
E mesmo assim fica interessante
Não ser o avesso do que eu era antes
De agora em diante ficarei assim...Desedificante
Meu vício agora... É o passar do tempo
Meu vício agora...Movimento

[George Israel/Paula Toller]

quarta-feira, julho 02, 2008

É julho, como antes

E eu não escondo o quanto eu adoro quando ele chega.
O mês mais frio do ano, o mês das férias da faculdade, que aliás está me enchendo a paciência, o mês em que os meus amigos que foram estudar fora da cidade passam mais tempo aqui, o mês do meu aniversário... 21 anos, aliás...
Estranho é dizer que ainda me pedem a identidade quando eu deveria me sentir tão adulta.
Estranho é eu ter achado que já estaria tudo resolvido quando essa idade chegasse.
Estranho é ainda ter dúvidas sobre tanta coisa.
Não sei se acho o mundo lindo como eu vejo, não sei se estou na faculdade certa, não sei se amo as pessoas certas, não sei se sou o que eu gostaria de ser, nao sei se importa agradar qualquer alma rasa por nada. Simplesmente não sei.
Tudo o que sei é que é ruim demais sentir tudo tão a flor da pele quando o mundo ta louco assim e que viver de verdade é mergulhar em cada dia como esse fosse uma piscina num dia de verão. Sei que as pessoas são só pessoas que decidem num gesto qualquer se serão especiais ou não e que amar, definitamente está muito além do meu entendimento e o de qualquer pessoa.
É, sei esse monte de coisa banal que de tão banal vira a unica coisa que todo mundo deveria saber.
Eu também sei que muita coisa vai mudar daqui em diante, assim como mudaram do passado até aqui.
Sei que mil escolhas vêm por aí, de mãos dadas com mil mudanças, mil acasos e mil mal entendidos.
Mas isso é inevitável e eu acabo gostando das coisas desse jeito.
Mesmo que eu olhe pra trás e me pergunte “e se fizesse diferente?”, não com arrependimento, mas com curiosidade.
E se eu tivesse escolhido o curso diferente, a escola diferente, amigos diferentes, amores diferentes, roupas diferentes, musicas diferentes? Ah! Curiosidade que eu nunca vou matar...Mas não adianta, agora é o 'daqui pra frente', eu e esse frio na barriga de viver.
Mas pelo menos fica a certeza de que tem coisas que ficam exatamente como antes.
Por que afinal de contas Julho chegou, exatamente como antes.

Amizade que não se mede

Essa gente é estranha, eu sei.
Essa gente de sorriso fácil e de choro mais fácil ainda.
Essa gente de alma pra fora...
Mas a gente é essa gente.
Você é essa gente e eu, definitivamente entendo só de olhar.
Sorrisos, abraços e cuidados.
E não podia ficar mais claro todo esse carinho, toda essa amizade que nasceu e nem o tempo ou distancia ousam desgastar.
Sinto saudades de quando você ficava por ali por perto todos os dias como um cenário pra minha alegria.
Sinto saudades das letras de musicas escrita a mão. [eu guardoooo!]
Sinto saudades do violão e das musicas toscamente sem nexo nos corredores.
Sinto saudade do silêncio que dispensava qualquer explicação.
Morro de alegria de ver que os seus olhos ainda brilham diante da ingenuidade alheia.
É que eu olho você e acabo me vendo.
Não adianta. Da água ao coração, queremos os mais puros e pronto!
E eu só queria ter mais gente assim por perto.
Gente como você que me faz sentir segura pra falar qualquer coisa sem mal entendidos.
Mas eu fico aqui tentando me acostumar com o mundo todo diferente do que a gente acredita.
Tentando não me assustar com a sua ausência quando eu mais preciso desabafar.
Tentando não me assustar com seu ar de "Quem disse que eu deixo você ficar assim sem mim?"
Tentando não me assustar com aquele seu "eu gosto muito de você" cheio de lagrimas.
Palavras simples assim ganham um peso descomunal nos ombros quando vêm acompanhadas de lagrimas. Não faz mais isso amiga!
E a única coisa que eu pude prometer foi que iria ficar tudo bem. E realmente ficou.
Aqui estamos nós. Amizade pra sempre, amizade desajeitada, amizade sem lógica, amizade sem medidas.
E como eu prometi há quatro anos ou mais, eu vou sempre estar aqui pro que for e pro que não for.
E quando o mundo ta todo louco e injusto é comigo que você vai contar, seu sei.
E não se preocupa que dessas coisas só a gente entende.
Aliás, eu nem tinha entendido isso de amizade na época...
Mas agora eu entendo.
Também gosto muito de você.

=)