segunda-feira, novembro 23, 2009

Papai é um amor

- Menina, acende essa luz, ler no escuro faz mal!
- Não pai, não quero atrapalhar.
- Oras, mas tu já atrapalha há 22 anos. Não faz diferença...

quinta-feira, outubro 08, 2009

Não existe

A exceção da vida virou banalidade, o lado bom disso virou do avesso.
Fiquei me perguntando como voce estava, enquanto eu simplesmente não estava mais.
Abraço perdido.
Parecia casual, sem importância. Eu me irritava à toa. Me irritava com isso.
Era mais um oi na rua, um boa noite imbecil desses em que o amor costuma se transformar.
E o peito doía como há muito não doía. E doía mais porque a sua dor parecia não doer tanto.
Eu tinha esquecido como era incerto.
E tudo parecia não existir mais.
E não existe mesmo.

sexta-feira, agosto 28, 2009

O cheio

Eu estava de volta aos corredores cheios. Cheios de gente, cheios de banalidade, de felicidade, cheios de reclamações, de ocupações e preocupações, cheios de coisas que sequer existem. Eu estava de volta e sentia saudade do que jamais foi verdade e de tudo aquilo que simplesmente não fazia sentido. Era isso. Eu estava cansada dos espaços e das coisinhas que o ocupavam tão felizes e rotineiras. Eu estava cheia. Tão cheia desse cheio que esbanjava normalidade que tudo tornou-se dispensável de sentir e dizer.

terça-feira, agosto 18, 2009

Espelho

Conheço você. Sei das suas manias pseudo-naturais pra impressionar. Sei dos seus hábitos selecionados, sei do seu humor sutil e da súbita falta dele também, sei dos seus grupinhos fechados, das suas novas bandas preferidas de semana passada, sei da importância que você dá a coisas sem nenhuma importância, sei da jogada de marketing de se omitir, sei da necessidade da auto-definição, sei do medo, sei que você reclama, mas na verdade tudo bem. Sei também que detesta ver sofrimento e talvez por isso use óculos escuros compulsivamente. Sei que você se esforça pra não se entusiasmar demais, pra não sorrir demais, pra não se mover demais, pra não ser normal demais. Sei que você aprendeu que quando menos você se importa, mais os outros se importam. Sei que você gosta de coisas de plástico, discos de vinil, asfalto e música e não faz ideia do porque disso tudo. Sei que você precisa de fator 45 pra sobreviver, sei que você prefere dormir. Sei que você espera que essa gente algum dia faça algum sentido. Sei que seu maior medo é fazer sentido. Sei que você é tão você que as vezes se estranha. Sei que você não quer uma vida, mas um filme. Sei também que você está aí há alguns anos.

quinta-feira, julho 30, 2009

Diferente e igual a tudo que existe

Acho que eu só preciso falar um pouco do meu sábado, assim, sem dar pinta de desequilibrada, sem dar pinta de nada. Quem sabe pára de parecer que é diferente e igual a tudo que existe.
Começou com uma ligação daquelas que as garotas esperam num sábado a noite e eu dei uma desculpa qualquer pra não ter que ser normal. Disse que estava com cólicas menstruais, com tpm, com frio, mas as cólicas eram mentais e eu queria mesmo fazer qualquer coisa sem os códigos e os sorrisos de sempre. Fui praquele lugarzinho mexicano tomar a cerveja verde que todo mundo achou super novidade e deixa um gostinho de menta na boca. Na mesa, amigos próximos, amigos que eu não via há cinco anos, amigos que eu beijo de vez em quando e desconhecidos extrovertidos que falam palavrões por simpatia. O mais legal é que ia rolar uma festa que toca Lady Gaga depois. E eu adoro a Lady Gaga.
Eu não sei, mas beber vodka pura é muito ridículo, é tão ridículo quanto paquerar aquela figura que vende as entradas da festa. Eu dancei, era o que dava pra fazer. Eu lembrei das coisas que já pareceram boa idéia por ali, olhei em volta e as mesmas carinhas e os mesmos casais desesperados. Dei uns malhos também, era o que dava pra fazer. E eu, dar uns malhos é sempre o ápice, mesmo que não seja. Mas o tempo passa.
As pessoas estavam todas nos seus lugares aleatórios e eu também.
Foi tudo tão longo, tão divertido, tão imbecil. O passar do tempo era inversamente proporcional a minha capacidade de manter uma conversa com a minha amiga sóbria que dirige. Eu tinha esquecido como era não precisar daquela coisa por fora que a gente usa o tempo todo.
Eu tinha cara de pau, juízo e mais nada. Na verdade eu fazia cara de filme pra falar. Eu sempre achei bonito isso, falar com cara de filme pra conseguir as coisas. Mas foi engraçado eu ignorar as sutilezas da vida e estragar as coisinhas boas sobre mim.
Eu resolvi que eu precisava ir pra casa e fui, cambaleando, fazendo piada e falando das estrelas que eu sequer via, bati a porta do carro e acenei pra portaria da festa. Acho que eu prometi que ligaria, sei lá... Abri a porta de casa e escutei o Tom pulando do sofá pro chão e podia jurar que ele reclamou do horário (Tom é o meu gato). O microondas parecia mais difícil de manusear, mas a coisa pré-preparada ficou gostosa e eu não lembro. O dia seguinte veio e a dor veio junto. A dor de um vazio, o vazio de sempre. Aquilo que eu precisava sentir pra saber que viver assim é melhor que ter uma boa reputação e não ter juízo algum. Enfim, foi um vazio que me fez ir a cardiologista na segunda. Não era nada.
Quinta-feira e eu li no site da Tati Bernardi que ela não vai mais ler os textos alheios e que achou um fã dela meio mala. Fiquei me perguntando se ela algum dia já leu as coisas que eu falo (as vezes eu até falo com ela) e agradeci a Deus por não ter mandando nada pra ela, porque eu estaria me achando o tal cara meio mala (mesmo ele sendo homem).
É que eu não sei. Eu leio gibi e horóscopo de jornal e não Hemingway, eu faço Computação e não Letras, eu assisto Family Guy e não Twin Peaks, seja lá o que seja isso, mas eu continuo escrevendo. Porque vai ver eu ganhe mesmo alguma coisa com isso ou vai ver eu aprenda a fazer isso que eu tanto gosto de fazer assim, fazendo.
Daí hoje passei a tarde comendo salada fria e “assistindo” o Polishop com o laptop no colo. Escrevi e agora to torcendo pra que meu próximo final de semana seja deferente dessa loucura que passou. Tá que você deve estar se perguntando por que eu acho que meu sábado foi uma loucura. É que, mais uma vez, eu falei das loucuras em códigos, gêneros e genéricos pra parecer que é diferente e igual a tudo que existe.

sábado, julho 25, 2009

Cerveja verde

Fogo no balcão, um amor legal, cerveja verde, letras profundas e todo mundo na mesma. Fiquei me perguntando que diabos eu tava fazendo ali? Parece até que viver é fácil assim. O problema é que assim a vida parece só uma coisa que eu faço enquanto ela não acontece de verdade. Eu fico vivendo isso pensando que é só por enquanto. Sabendo que eu jamais sacrificaria minha liberdade de ser o que for por isso aqui. Jamais. Eu fiquei até pensando em doar tudo o que eu tinha praquela garota da mesa ao lado ou pra garçonete com cara de sofrida. Elas com certeza precisavam mais disso do que eu. Aliás, qualquer um precisa mais disso do que eu. Acho que eu precisava era sair correndo. Mas eu só continuava tomando aquela droga de cerveja verde e sorrindo.

terça-feira, julho 14, 2009

É verdade, viu colega. Ninguém no coração e pizza.
E são tantas coisas lindas pelo caminho. Tantas coisas lindas que não são nada e tudo bem.
São pontinhos de vida espalhados. São só coisas. É só um monte de felicidade.
E não é feliz, por alguma razão.
Só sei que toda essa felicidade em potencial me tranquiliza. De alguma forma me acalma essa coisa que não é felicidade, essa coisa que é multiplicada, espalhada e diluída.
É como uma fase fácil de um joguinho de minigame. É fraco, mas tudo bem.
E demora mesmo, você tem razão. Demora tanto que a gente fica achando que já é feliz antes mesmo de ser. E será que já não é mesmo? Tenho minhas dúvidas.
Ninguém no coração e dúvidas.

sexta-feira, julho 10, 2009

Estar viva

Abrir mão.
Essa é loucura de estar viva. É só isso. Ou melhor, é tudo isso.
A gente acha que precisa de uma camisa de força pra passar por isso com alguma classe.
Mas não precisa. A gente é mais forte do que pensa.
A gente não cansou de lutar. Apenas notou que as vezes é melhor não lutar.
Daí a gente fica achando que amoleceu, mudou, morreu. Mas ainda é a mesma e o que parece que anula, na verdade fortalece a gente.
A vida é um grande abrir mão de vida. Simplesmente ou infelizmente.
A gente engole sapos, espinhos, mata um leão por dia e espera que o mundo note. Mas o mundo esta ocupado demais tentando fazer a mesma coisa. A gente se frustra com isso.
A gente raciocina o tempo todo pra que dê tudo certo.
E a vida acontece exatamente entre um raciocínio lógico e outro neurótico.
A vida que é vida mesmo acontece quando a gente não ta fazendo planos ou pensando no que a gente perdeu pra estar ali.
As vezes perder é melhor do que lutar e vencer.
E caso dê algo errado, no que quer que seja, a gente vai saber que fez alguma coisa.
No final a gente pode até se arrepender de tudo o que fez, se achar boba e idiota, naturalmente, mas vai saber que nada foi em vão. Porque vai perceber que viveu de verdade enquanto achava que se perdia, que morria.
A Tati disse que "se o preço por ser um pouco feliz é ser um pouco idiota. Dane-se". Então dane-se mesmo.
A gente sente que morre por causa da vida e fica aborrecida, com raiva do mundo e quer chorar. Mas talvez a vida tenha mais sentido quando se morre um pouco por alguém ou por alguma coisa, porque talvez isso seja estar viva de verdade.

quarta-feira, julho 08, 2009

Sorte

Sou o intervalo de todas as minhas tentativas de ser e de não ser alguma coisa.
E é exatamente nesses intervalos que eu sinto que a vida acontece de verdade.
Nesses intervalos eu posso chorar sem parecer fraca, confiar sem parecer boba e gostar sem precisar de razões pra isso.
É quando eu entendo que não preciso passar o tempo todo tentando definir quem eu sou só para não correr o risco de que outra pessoa faça isso por mim.
É quando eu sou livre pra escolher qualquer coisa, mesmo que eu não escolha.
Então eu acho que tenho sorte
E isso de ter sorte é tanta coisa que nem cabe tudo aqui.
Sorte é sol no sábado. Pijama até as três e amigos pra sempre.
Sorte saber que os problemas já podem ser substituídos.
Sorte é saber que eu sou forte, capaz e saudável.
É saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser.
É ter pra quem ligar quando eu quero rir. Ou chorar.
Sorte é ter certezas.
De que vai dar tempo. De que vai dar saudade. De que vai dar certo.
E de que eu sou determinada a ponto de quebrar a cara e de não desistir com isso
.Sorte é abraço que é de verdade e amizade que é simples.
Sorte é sonhar
Saber que tudo, absolutamente tudo, passa.
É poder ser o que você quiser ser, o tempo todo.

sexta-feira, junho 12, 2009

É saindo que se aprende. Ou não.

Ontem, eu estava num desses bo[i]tecos com uma amiga, muito loira e muito sagaz:
- Porra, ele contou as merdas todas que eu fiz na festa de sábado. Mó fofoqueiro.
- Hahahah que merda que cê fez?
- Merdas de boite, cê sabe...
- Hahahah se ferrou
- Fica rindo... Toma cuidado você também, bonitinha.
- Ih, relaxa meo. Eu mesma conto as coisas que eu faço.
- Rosana, aprende uma coisa: Quem come quieto, come duas vezes!
Eu ri, óbvio.
Vou levar um bom tempo pra entender esse papo de comer quieta pra comer duas vezes. É que a vida assim me causa indigestão.
Eu sei que eu vou levar muito tempo pra aprender isso. Eu sei que no final em nem vou aprender de verdade. Mas de qualquer forma eu agradeço o toque.

segunda-feira, junho 08, 2009

"Insônia"

Eu não tenho insônia, tenho preguiça de ir dormir.
É, tem todo um ritual antes de dormir e eu tenho preguiça de ter que fazer isso todas as noites.
Eu tomo meu copo de leite, tomo meu banho, escovo os dentes, passo creme hidratante pra bunda, creme hidratante pra cara, creme pra áreas do olhos e coloco um pijama horrível com o desenho de uma ovelha e deito, tudo isso pra não acordar muito mais velha do que quando eu fui dormir.
Eu nunca tive insônia. Eu só chamo essa preguiça absurda de insônia pra ficar mais bonito, pra eu ficar com cara de garota que se preocupa com os problemas do tipo notas, conta do telefone e namoro*, e não com cara de preguiçosa. Chamo essa preguiça de insônia principalmente porque ela me impede de ir dormir logo que o sono bate. Daí fico enrolando, escrevendo, acessando aquele site de humor negro em quadrinhos**, que aliás eu recomendo, fico escutando música e lendo blogs de desconhecidos, enfim, fico fazendo programinha de quem tem insônia de verdade.
A verdade é que a essa altura da enrolação eu já estou morrendo de sono. São 02:08h e meus olhos estão ardendo de tanto sono. Pra completar minha cama esta abarrotada de coisas e eu vou ter arrumar tudo antes de me deitar, é obvio. Tem um violão (não me pede pra tocar nada pra você, porque eu não vou, pra todos os efeitos eu nem toco violão), tem um chapéu verde lindo que eu adoro, tem uns papeis com cifras de músicas do Oasis e da Katy Perry, tem aquela prova de cálculo que eu deixo dando bandeira por aí só porque eu tirei notão e quero que todo mundo veja e tem um livro que chama 'O livreiro de Cabul'. Eu li esse livro e agora meu maior medo é que a minha próxima encarnação seja lá pelas bandas do Oriente Médio, porque aquele lugar é um inferno, a menos que você seja homem e rico. E ainda assim é um inferno.
Bom, o fato é que a cama tá uma bagunça, eu ainda estou suja e com fome, minha mãe me mata se eu for dormir com fome, mesmo que ela jamais saiba, a minha consciência fica pesada. Então eu não posso me deitar nessas condições, fora que eu estava com o meu gatinho vira-lata-siamês no colo, minha camiseta deve estar cheia de pelos...Droga, que sono!
Mas eu já decidi, já sei o que vai ser: vou empurrar todas essas coisas pro cantinho da cama, vou me deitar e resolver isso tudo só amanhã de manhã, porque agora eu estou com muita "insônia".

*namoro?
**cyanidehappinesstraduzidos.blogspot

quarta-feira, junho 03, 2009

"meu maior medo é do que eu sei que vai acontecer. eu me entrego. me jogo, me ofereço e mato uma parte de mim pro que é 'nosso' sobreviver. e no final ficar faltando parte de mim.
:T"



Isa traduzindo quase tudo que já foi argumentado nesse blog...
Genial, amiga.

sexta-feira, maio 29, 2009

Eu, tu, ele, ela, nós...

ela: a brincadeira é fazer uma pergunta aleatória.
ro: Ain, não quero brincar.
ela: Ah, vai brincar.
ele: Eu começo... Quente ou frio?
ro: frio! frio!
ela: carta ou presente?
ro: Carta!
ro: listras ou bolinhas!?
ela: listras.
Ela: lento ou rápido?
ro: lento
Ele: rápido.
Ele: sou bonito ou sou feio?
ro: é lindo meu ââânjo!
ela: é quase um Fredie Prinze Jr.
ro: quem é esse Fredie Prinze Jr mesmo?
Ele: JIm carey ou Fredie Prinze Jr. heheh
Ela: Jim é mais engraçado!
ro: quem é esse Fred Prinze Jr, gente?
Ela: mãos dadas ou braços dados?
ele: mãos.
ro: mãos.
Ele: branquelo ou morenos?
ela: braquelos.
ro: Rio ou Curitiba?
ele: São Paulo.
ro: vale isso? Não vale isso!
ela: deixa vai...
ela: nunca ou pra sempre?
ro: pra sempreeeeee!
ele: sexo com camisinha ou sem?
ela: sinceramente, sei la! Aeeeeeeeee, beijo mãe! hahahahahahahaha
ro: uahahahahahahahahahahahaha..
ela: pega carona ou um racha taxi?
ro: taxi. hahahahahahaha

quarta-feira, maio 27, 2009

Antes de ir

Vou sair, dar uma volta, pegar pra mim mais algumas historias.
Vou contente. Porque dá pra ser assim
Vou achando que vai ser tudo mais fácil agora
Vou ficar satisfeita com as maluquices de lá
Vou achar suas excentricidades um charme
Vau ficar bem porque me parece que essa é única forma de estar
Vou eternizar esses sentimentos, vou dizer essas coisas
Vou pensar em você, vou esquecer as dores que já não são mais dores
Vou dar mais valor pra essas fotos felizes em banquinhos da praça..
Vou rir com você disso que ninguém mais entendeu
Vou cantar home do Michael Buble alto no carro
Vou levar o amor no bolso e a certeza no peito
Vou ter frases verdadeiras em tatuagens de mentira
Vou pagar a conta
Vou pedir um xícara de café
Vou sonhar antes de ir
E eles não vão ligar pra gente agora.
Porque dá mesmo pra ser assim.
;)

quarta-feira, maio 20, 2009

Tanto faz

E sabe o que é pior? (ou melhor, aí depende)
Eu não estou sugerindo nada.
Sabe por quê? Porque tanto faz.
Juro!
Tanto faz.

sábado, maio 16, 2009

- Tem de que?
- Manga, coco, limão, chocolate e milho verde.
- tem de uva?
- Uva não tem. Tem manga, coco, limão, chocolate e milho verde.
- Quanto que tá o de milho verde?
- Dois.
- E o de chocolate?
- Tá tudo dois moça.
- Hum... Me dá um de limão, por favor.
- Opa, acabei de ver... O de limão acabou, vou ficar devendo!
- AAAAAH poxa! Então me vê o de uva mesmo...


[Ou seja, a gente pode ate tentar querer outras coisas.. mas é no nosso querer que a gente insiste no final das contas]

Não é?

A gente não manda em quase nada, na verdade.
A gente sempre acha que pode decidir, mas sempre acaba sentido tudo e ponto final. Já é sentimento. Puro ou não, forte ou não, real ou não, não importa, já passa pela cabeça e arranha o peito.

terça-feira, maio 12, 2009

Logo

Eu queria que você viesse e completasse aquele meu desenho inacabado na parede. Aquele ponto de interrogação enorme que me faz fingir um sorriso todas as vezes que alguém me pede o maldito numero do meu telefone.
Queria que tudo fosse leve pelo menos uma vez na vida, só pra sentir o gostinho dessa leveza deliciosa em volta da cintura, do pescoço. Queria que as coisas fossem menos arrumadas, menos planejadas e mais ligadas ao começo e ao meio e nunca tão ao fim.
Queria que ninguém me apresentasse a você todos os dias, queria te conhecer assim dessa forma louca, metade banal e metade vulgar.
Queria sofrer, queria até chorar, mas que fosse, só pra variar, pela mesma razão que qualquer outra garota o faria e não por que você foi embora antes mesmo de chegar.
Queria você viesse de verdade. E que viesse logo.


[Voce: ?]

terça-feira, maio 05, 2009

Cantada?

- Moça, seu cadarço está desamarrado.
- O que?
- Seu cadarço, está desamarrado.
- ahn.. tá.
- Posso amarrar?
- O que?
- ...

quarta-feira, abril 29, 2009

De novo aquele papo, sempre aquele papo

Você foi me buscar de táxi na frente da faculdade e eu achei isso bem legal, me lembra coisas legais, eu acho.
Hoje Eu não estava esperando por nada além de uma noite legal e descontraída, exatamente do jeito que foi.
Estava tão "sussa" que queria tomar um milkshake, mas não me importei de você preferir um shop.
Hoje eu não estava nervosa (por que estaria?) mas você...você não parava de mexer na sua blusa quadriculadinha estilo designer da moda.
Não é que eu tenha notado o seu nervosismo, é que você acabou dizendo três vezes enquanto mexia no meu celular sem perceber com as suas mãos estranhamente pequenas (voce tem mãos pequenas, ui).
Eu estava começando a me perguntar porque diabos todo esse nervosismo, quando o assunto era dos mais banais (canudo não garante grana). Assunto vai, assunto vem e então me deu uma vontade frouxa e incontrolável de rir: Você finalmente ou infelizmente começou a falar do seu rolinho mega intenso do rio com ar de quem pede desculpas.
Acho que porque eu mencionei que queria ir com você pra lá no próximo final de semana. Falei como quem diz bom dia, assim como se não fosse nada. Mas não é nada mesmo, não pra mim.
Eu ri porque eu só queria uma companhia pra não ter que assistir ao show do Oasis sozinha, uma companhia pra não ter que voltar pro quarto de hotel sozinha, uma companhia pra não ter que andar sozinha de metrô. Acho que até meu irmão já servia pro serviço ou a amiga ex-gordinha dele (que alias eu adoooooro).
Era só a parada da companhia, e você fazendo aquele jogo que todo mundo faz pra parecer mais difícil, pra parecer mais querido, mais gostoso, pra me fazer te querer com mais força.
O problema é que isso não funciona muito bem comigo, principalmente se eu não estou a fim. Você mexendo na maldita blusa quadriculada dizendo que isso era nervosismo e eu com a minha vontade de rir, de bocejar, de arrotar pra tudo isso.
Fiquei pensando no quanto isso me irritaria se eu estivesse apaixonada por você, fiquei pensando no quanto as garotinhas do rio já me deixaram com a pulga atrás da orelha e o quanto saber da existência ou da importancia delas me fez querer sair correndo arrancando meus cabelos.
Queria saber porque bastava eu estar sentada na mesa de um barzinho numa noite de terça feira, com alguém legal na frente pra surgir esse assunto chato de gente importante e especial pra me fazer sofrer, sentir ciúmes, medo, impotência, desespero.Queria saber se isso era alguma coisa que eu despertava nas pessoas que eu ocasionalmente gostava ou que ocasionalmente gostavam de mim, como era o caso dessa vez...
Pro meu alívio, e vontade de rir, dessa vez eu não estava a fim, mas mesmo assim isso me fez sofrer um pouco. Acho que isso me lembra coisas legais.

quinta-feira, abril 23, 2009

Preguiça até de você

Hoje eu acordei com preguiça de gente... Eu precisava de um entusiasmo qualquer no peito pra me fazer respirar fundo e levantar da cama, precisava de alguma coisa pra ocupar meus pensamentos enquanto a minha preguiça de lidar com as pessoas aumentava a medida que elas caiam no meu conceito chato e ingênuo sobre tudo.
Até mesmo uma desilusão já me bastava, contanto que não fosse nada forjado, eu já me sentiria mais empolgada do que isso e me levantaria ao invés de ficar deitada esperando o despertador tocar pela segunda, terceira vez.
E que preguiça de falar, que preguiça de telefonar, me faltavam forças pra dizer frases longas demais, me importar se tornou uma tarefa doloria e fora de questão.
Acho que pela primeira vez eu até trocaria aquela caminhada ao anoitecer na beira da praia com o amor da minha vida (totalemnte inventado) pelo simples prazer de ficar quieta e não ter que enfrentar essas mil coisas que se tornaram chatas só porque eu as achei chatas assim essa manhã.
Tudo estava tão difícil pra mim quanto dançar axé music: simplesmente não sei.
As pessoas não passavam de um poço raso de intenções e só: Uns só querem uma companhia, uns querem uma carona, uns querem uma explicação, outros querem uns amassos, outros, só um abraço.
Isso me dava uma preguiça enorme, queria sentar um pouco pra descansar.
Essas batidas perfeitas, batidas vazias, esse papo de confusão, esse humor, esse sorriso, esses points, esse vocabulário, essas roupas, essas desculpas, esses lugares novos, esses copos cheios, essas fotos, essas boas intenções, essas viagens, esses sentimentos baratos, esses olhares profundos... Estavam me dando preguiça.
De repente eu nem sei se isso é mesmo tudo.
E todas essas coisas estavam longe de ser o que eu precisava nessa manhã...
Eu estava com preguiça, preguiça até de você.

quarta-feira, março 18, 2009

Ok por você

"Cada loucura" eu dizia rindo tonta enquanto olhava pro seu recado súbito e comia chocolate na casa do Di as 5 da manhã depois daquela festa tri-legal.
Engraçado... Tudo muito errado e eu me sentindo ok, assim sem mais nem menos.
Eu não queria explicação, acho que nem tinha.
Isso que você me deu está longe de ser tudo o que eu preciso, mas já foi o suficiente pra eu já não querer morrer hoje.
Então eu precisava era te agradecer por esse nada que acabou salvando minha vida, esse nada feito só pra tirar a dor que eu tava sentindo.
Eu tinha que te agradecer por esse "eu te amo" casual que você diz pra mim através de ursinhos de pelúcia de uma real, essa sua certeza medrosa e errada sobre tudo em mim, esse seu signo complicado que eu to cansada de conhecer em todos os meus casinhos bestas dessa vida, e essa mania de me dizer que anda viva. Tudo isso é o que me deixa assim. Tão ok.
É , por você eu to ok.
Daí eu fui dormir esquecendo de tudo o que me deixaria triste nesses tempos loucos, nesses dias loucos, e são tantas coisas, tenho feito tanta besteira, tanta maluquice, que eu esqueci de como é leve e bom sair com você e as nossas amigas malucas, falar bobagem, ir pro motel pra conversar. [Eu sei, tá marcado]
Fiquei lembrando da sua cara triste de quem acha que eu te esqueci. Que bobagem, eu não esqueço você.
Queria te dizer que eu estou aqui e estou ok.... Por você.
Obrigada.

Pessoa louca...

Assim, nada demais.
O que? Nada?
Então tá.
Não fica se achando.
Não é nada. Gosto, e daí?
Também gosto de pizza, e aí?
Então pára.
Tá me entendendo?
Tenho que te contar e mais nada.
É isso de você ter certeza. Me desnorteia.
Não tenha.
Eu posso derreter, mas posso não ligar.
E então, o que vai acontecer?
Também não quero, mas sonhei essa noite.
louca, ok?
É só uma ideia na cabeça !
Saco! Não sei fazer assim!
É bom demais, mas não combina.
Entende?
Mais tarde? Quer beber primeiro?
Arrr, tonta.
Você já sabe tanta coisa.
Tá, posso pedir ajuda?
Nada não;
Ah vai!Pessoa louca...

sexta-feira, março 13, 2009

O Mundo É Um Moinho

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor

Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó.
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

Composição: Cartola


Essa é uma graça...

domingo, março 08, 2009

107,5

As latinhas de cerveja choca estavam na beira da piscina, o radinho ligado, o sol era das três da tarde, a água estava perfeita e de repente, Chico Buarque, Maria Rita, Pato Fu, Jorge Ben, Kid Abelha, assim sem mais nem menos, uma atrás da outra, só pra me fazer amolecer, só pra me fazer sentir um bem, só pra eu de repente prestar atenção no vento, só pra eu começar acreditar que todo mundo é bom, só pra me fazer sentir eterna no coração de alguém e sorrir.
De repente queria ser amigável só porque a balada do amor inabalável estava tocando e queria sorrir.
Queria sentir a verdade de tudo pareceu real na minha vida, queria saber se tudo o que eu escutei até aqui era de verdade, tudo sobre amar, tudo sobre lágrimas.
Mesmo que tenha passado eu precisava sentir que era de verdade.
Procurei a resposta nas músicas que tocavam naquela rádio na hora, naquelas letras, naquelas melodias molengas que diziam sempre algo como "Longe do domínio, cê vai de mal a pior. Vem que eu te ensino como ser bem melhor..." e sorri, porque não tinha me sobrado nada além de sorrir e acreditar...
Ê rádio legal essa que eu achei de escutar...

O dia em que ele me viu surtar

Eu precisava conversar com ele porque ele sempre sabe o que é.
E soube.
Então ele veio e me disse o que eu tinha que ouvir.
Como um doutor, como um louco assustador, ele sabia. Eu sorria, mas ele sabia.
E como se eu fosse adulta, ele explicou o que não se explica, disse o que não se diz, como se eu precisasse sentir dor pra crescer.
E cresci.
Meu coração sentiu um "sei la o que" dolorido e incomodo.
Senti a morte de quem ainda vive, me senti perder o que eu não tinha, senti que amei só o que não se deve amar.
E amo.
Então ele disse que eu tinha que esperar pra ver, que eu tinha que senti e mais nada, como se fosse simples, como se fosse possível.fácil.
Ele continuou falando, tão inteligente, tão hittler, tão acadêmico, tão cirúrgico, tão certo, tão sensato.
Meu coração apertou, chorou, doeu. Parecia que uma mão gigante o apertava sem dó.
E ele ali, me vendo desmoronar, me vendo chorar por dentro, sem cuidado, sem maquiagem, sem rosto. Ele apenas continuava parado, irritantemente quieto, irritantemente compreensivo, irritantemente certo.
Então como se ele tivesse alguma culpa, eu queria agredi-lo, gritar com ele, empurrar ele que é pra ver se ele parava de ter razão.
Mas não, ele não parou ter razão...


[Ele: O Di]

sexta-feira, março 06, 2009

Lendo nos intervalos

De 9 as 14, das 16 as 17, das 19 as 22... E lendo nos intervalos.
Ah como eu queria que meu dia tivesse 32 horas...
Tudo o que faço é viver e ler nos intervalos de vida.
Não tenho tido tempo pra me lamentar, pra pensar, pra chorar, pra amar ou sequer reclamar, mas apesar de eu ter que tomar energético pra conseguir assistir a aula daquele professor cubano cujo sotaque eu nunca entendo, essa pressa absurda de vida e falta absurda de tempo está me fazendo bem, de certo modo. Não me sobrou tempo pra me lamentar, chorar, amar, reclamar...
Me faltam os nós no peito, me faltam também os textos.
E dizer o quê? Sentir o quê?
Vai ver eu precise mesmo de um ou dois meses assim...
Exatamente assim, de 9 as 14, das 16 as 17, das 19 as 22... E lendo nos intervalos.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Raciocinando demais

- Oi!
- Oi...
- Aconteceu alguma coisa Ro?
- Não, não...
- Hum.. Tá escrevendo no seu blog?
- Errr...Na verdade eu to lendo uns blogs alheios, o site da Tati, essas coisas...
- E porque ta assim? Raciocinando demais?
- É, raciocinando demais...

quinta-feira, fevereiro 19, 2009


com todas as cores
sonho
adormecida

das cores que sonhei
acordo
esquecida

que pena

a vida segue
em preto e branco
amanhecida


Nydia Bonetti

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Numeros

O ano letivo começou cheio de desculpas esfarrapadas e eu pela primeira vez eu não me importei. Sorri, como quem pensa em 6 bilhões de pessoas...
E eu juro que por um momento até achei que mereci tudo, depois pensei que eu tenho sorte, depois achei tudo um absurdo.
Morri de ri.
O mundo caindo e eu achando graça da cara dele.
Pensando em números...

;D

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Capuccino com creme

Quero sair pra tomar um capuccino com creme. Quero ir sozinha.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Que coisa é essa?

E eu aqui pensando que já estava tudo muito resolvido, tudo muito pronto e embalado pra viagem...
E de repente tudo ainda está como se estivesse no começo... Que maluquice...
Estou ansiosa por coisas bobas.
Estou com saudade da voz de marreco no corredor e do sorriso mais lindo do mundo...
Estou com saudade da minha amiga que ta nos Estados unidos ficando bêbada e perdendo toda a grana em Las Vegas...
Estou com saudade daquele jardim de noite que me deixa com qualquer sorriso na cara, como quem não espera por nada... E não espera.
Saudade da praia que tanto me mete medo.
Estou despreocupada e boa de deixar quase tudo pra depois de novo. Sim, sou boa nisso.
Mas o que eu faço com essa vontade de tempo?
Quero chorar porque esta tudo no começinho e não no final...
Que coisa é essa?
Se me perguntarem eu vou dizer que essa maluquice não conta como vida. Porque não faz sentido.
Será que a vida é mesmo esse clipe sem nexo, essa coisa injusta demais e generosa demais com quem se importa?
Eu estou sempre machucada e sempre ficando bem, sempre tropeçando e achando uma moeda no chão, sempre rindo pro velhinho na praça e perdendo o sinal aberto...
Que coisa é essa?
E eu fico assim, querendo rir e chorar... Meio cansada, meio entusiasmada, me perguntando Que coisa é essa?

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Abra seus planos e seja livre

"Abra seus planos e seja livre" e que coisa mais perfeita de se dizer em uma hora como essa.
É quente e frio ao mesmo tempo. É como se aparecesse uma piscina gelada bem na minha frente enquanto o termometro marca exatamente 33 graus lá fora... É como um verão indiano bem no meio do inverno britânico mais rigoroso.
É como parar de contar a horas e viver as estações.
Sei lá, tudo vai melhorar...Abra seus planos e seja livre...

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Bom dia




Sabe o que é absurdamente novo pra mim esta manhã?
É essa certeza dolorida e boa ao mesmo tempo de que não há mesmo ninguem.
E mesmo assim ficou tudo bem
Eu respirei tão fundo que embaçei o vidro.
A unica prova disso foi o rostinho feliz que eu desenhei no vidro embaçado...
Isso é novo pra mim...
E pra você, bom dia!

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Essa manhã enquanto colocava adoçante no café e olhava fixamente para o que fazia, ela, sem querer, disse algo que obviamente era pra ser apenas um pensamento. Disse que devemos ser o que somos se isso nos torna feliz.
O que eu ainda não sei é se ela falava com ela mesma ou comigo, porque ela, em nenhum momento, deixou de olhar pra própria xícara de café e parecia não perceber que havia dito algo em voz alta.
Mas eu já estava atrasada, então achei melhor não questionar, levantei, peguei a bolsa e sai... Enquanto eu caminhava apressada, mil pensamentos, mil medos e principalmente mil perguntas...
Já eram quase 9h da manhã e não sei porque eu olhava para o relógio desejando que o dia estivesse no final.


[Ela: mamãe]

quinta-feira, janeiro 08, 2009

E mesmo assim, está tudo tão leve que assusta...

quarta-feira, janeiro 07, 2009

O outro vazio

Porque eu estava cansada demais pra sentir aquele vazio de sempre, suada demais, ofegante demais, fora de mim demais... Simplesmente não senti.
Não fiz planos, não esperei, nem sequer questionei, apenas não senti o tal vazio de sempre.
Fiquei preocupada já que não era nada demais, será que não é mesmo nada demais?
E agora, exatamente agora, eu estou sentindo um vazio.
Mas não é aquele vazio de sempre. É aquele vazio de saudade, aquele que é causado pela falta de alguma coisa... ou de alguém.