quarta-feira, março 18, 2009

Ok por você

"Cada loucura" eu dizia rindo tonta enquanto olhava pro seu recado súbito e comia chocolate na casa do Di as 5 da manhã depois daquela festa tri-legal.
Engraçado... Tudo muito errado e eu me sentindo ok, assim sem mais nem menos.
Eu não queria explicação, acho que nem tinha.
Isso que você me deu está longe de ser tudo o que eu preciso, mas já foi o suficiente pra eu já não querer morrer hoje.
Então eu precisava era te agradecer por esse nada que acabou salvando minha vida, esse nada feito só pra tirar a dor que eu tava sentindo.
Eu tinha que te agradecer por esse "eu te amo" casual que você diz pra mim através de ursinhos de pelúcia de uma real, essa sua certeza medrosa e errada sobre tudo em mim, esse seu signo complicado que eu to cansada de conhecer em todos os meus casinhos bestas dessa vida, e essa mania de me dizer que anda viva. Tudo isso é o que me deixa assim. Tão ok.
É , por você eu to ok.
Daí eu fui dormir esquecendo de tudo o que me deixaria triste nesses tempos loucos, nesses dias loucos, e são tantas coisas, tenho feito tanta besteira, tanta maluquice, que eu esqueci de como é leve e bom sair com você e as nossas amigas malucas, falar bobagem, ir pro motel pra conversar. [Eu sei, tá marcado]
Fiquei lembrando da sua cara triste de quem acha que eu te esqueci. Que bobagem, eu não esqueço você.
Queria te dizer que eu estou aqui e estou ok.... Por você.
Obrigada.

Pessoa louca...

Assim, nada demais.
O que? Nada?
Então tá.
Não fica se achando.
Não é nada. Gosto, e daí?
Também gosto de pizza, e aí?
Então pára.
Tá me entendendo?
Tenho que te contar e mais nada.
É isso de você ter certeza. Me desnorteia.
Não tenha.
Eu posso derreter, mas posso não ligar.
E então, o que vai acontecer?
Também não quero, mas sonhei essa noite.
louca, ok?
É só uma ideia na cabeça !
Saco! Não sei fazer assim!
É bom demais, mas não combina.
Entende?
Mais tarde? Quer beber primeiro?
Arrr, tonta.
Você já sabe tanta coisa.
Tá, posso pedir ajuda?
Nada não;
Ah vai!Pessoa louca...

sexta-feira, março 13, 2009

O Mundo É Um Moinho

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor

Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó.
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

Composição: Cartola


Essa é uma graça...

domingo, março 08, 2009

107,5

As latinhas de cerveja choca estavam na beira da piscina, o radinho ligado, o sol era das três da tarde, a água estava perfeita e de repente, Chico Buarque, Maria Rita, Pato Fu, Jorge Ben, Kid Abelha, assim sem mais nem menos, uma atrás da outra, só pra me fazer amolecer, só pra me fazer sentir um bem, só pra eu de repente prestar atenção no vento, só pra eu começar acreditar que todo mundo é bom, só pra me fazer sentir eterna no coração de alguém e sorrir.
De repente queria ser amigável só porque a balada do amor inabalável estava tocando e queria sorrir.
Queria sentir a verdade de tudo pareceu real na minha vida, queria saber se tudo o que eu escutei até aqui era de verdade, tudo sobre amar, tudo sobre lágrimas.
Mesmo que tenha passado eu precisava sentir que era de verdade.
Procurei a resposta nas músicas que tocavam naquela rádio na hora, naquelas letras, naquelas melodias molengas que diziam sempre algo como "Longe do domínio, cê vai de mal a pior. Vem que eu te ensino como ser bem melhor..." e sorri, porque não tinha me sobrado nada além de sorrir e acreditar...
Ê rádio legal essa que eu achei de escutar...

O dia em que ele me viu surtar

Eu precisava conversar com ele porque ele sempre sabe o que é.
E soube.
Então ele veio e me disse o que eu tinha que ouvir.
Como um doutor, como um louco assustador, ele sabia. Eu sorria, mas ele sabia.
E como se eu fosse adulta, ele explicou o que não se explica, disse o que não se diz, como se eu precisasse sentir dor pra crescer.
E cresci.
Meu coração sentiu um "sei la o que" dolorido e incomodo.
Senti a morte de quem ainda vive, me senti perder o que eu não tinha, senti que amei só o que não se deve amar.
E amo.
Então ele disse que eu tinha que esperar pra ver, que eu tinha que senti e mais nada, como se fosse simples, como se fosse possível.fácil.
Ele continuou falando, tão inteligente, tão hittler, tão acadêmico, tão cirúrgico, tão certo, tão sensato.
Meu coração apertou, chorou, doeu. Parecia que uma mão gigante o apertava sem dó.
E ele ali, me vendo desmoronar, me vendo chorar por dentro, sem cuidado, sem maquiagem, sem rosto. Ele apenas continuava parado, irritantemente quieto, irritantemente compreensivo, irritantemente certo.
Então como se ele tivesse alguma culpa, eu queria agredi-lo, gritar com ele, empurrar ele que é pra ver se ele parava de ter razão.
Mas não, ele não parou ter razão...


[Ele: O Di]

sexta-feira, março 06, 2009

Lendo nos intervalos

De 9 as 14, das 16 as 17, das 19 as 22... E lendo nos intervalos.
Ah como eu queria que meu dia tivesse 32 horas...
Tudo o que faço é viver e ler nos intervalos de vida.
Não tenho tido tempo pra me lamentar, pra pensar, pra chorar, pra amar ou sequer reclamar, mas apesar de eu ter que tomar energético pra conseguir assistir a aula daquele professor cubano cujo sotaque eu nunca entendo, essa pressa absurda de vida e falta absurda de tempo está me fazendo bem, de certo modo. Não me sobrou tempo pra me lamentar, chorar, amar, reclamar...
Me faltam os nós no peito, me faltam também os textos.
E dizer o quê? Sentir o quê?
Vai ver eu precise mesmo de um ou dois meses assim...
Exatamente assim, de 9 as 14, das 16 as 17, das 19 as 22... E lendo nos intervalos.