quinta-feira, outubro 30, 2008

Pequena felicidade irresponsável

Eu tenho vergonha ate de admitir que eu pensei nisso.
E ri.
Eu pensei seriamente, como se isso fosse mesmo uma possibilidade aceitável.
Mas e se a gente morrer, for preso, ficar de castigo pra sempre?
Que euforia era essa?
Sorrisos cínicos, unhas ruídas, bochechas vermelhas.
E as mãos vão à boca pra esconder essa curiosidade irresponsável
É tudo uma bela porcaria, eu sei.
Um dia eu descubro porque tudo que é porcaria nesse mundo me interessa tanto assim...
Era tarde e os sinais de trânsito já nem funcionavam mais.
Era hora de ir pra casa pois ela estava cansada de tudo.
Queria desistir disso, mas pensar em desistir de vez era uma coisa que a matava por dentro o e por mais que ela gritasse, chorasse e batesse os pés no chão, ela temia que essa fosse a única solução. Então resolveu não pensar, não se abater, tentar esquecer, que é pra ver se tudo isso perdia de vez a importância.
Resolveu sentar ali naquele banco de concreto, não pra descansar e sim pra desistir logo, mas isso, obviamente, lhe parecia impossível, pois machucava e não fazia sentido naquela noite.
Ela ainda tinha esperança.
Aquela esperança de que tudo ainda ia dar certo não deixava cair uma lágrima sequer.
Ela achava que ela só precisava lutar mais um pouco e tudo mudaria... sorriu pro nada, olhando pros próprios pés.
E de repente ela ainda tinha a vida toda pela frente.
Ela só precisava amar tudo que valesse a pena, tudo que fosse lindo e sincero. E era só nisso que ela pensava enquanto respirava, era só nisso que ela pensava enquanto fingia que prestava atenção nos cadarços que estavam desamarrados e curiosamente limpos.

sábado, outubro 25, 2008

Eu tinha que falar agora, sem medo, porque nada mais importava.

terça-feira, outubro 14, 2008

Eu também, Tati

"(...) A hipocrisia disfarçada de todos os relacionamentos era a maior causa de sua angústia indescritível. Ela tinha um nojo da dualidade de intenções dos seres humanos que ora amam, ora usam, e preferia a clareza da sacanagem e a certeza do vazio.
(...)Quando o amor é falso, a mágoa é tão grande que você o trai amando justamente a falta dele."

Tati Bernardi

sábado, outubro 11, 2008

Conselho dela pra ela mesma...

Pára com esse pé atrás com a vida, garota.
Você não sabe que a vida vai se dar inteira pra você assim que você se der inteira pra ela?
Então pára com pé atrás e deixa tudo ser o que já é, mesmo que doa em mais alguém além de você mesma.
Permita-se e deixe que aquele seu maior sorriso dispense qualquer palavra.
Deixa que, pelo menos uma vez, você fale sobre tudo que se passa dentro desse peito sem medo de parecer fraca.
Você não tem esse coração à toa. Use-o.
Use-o sem mesquinharia, sem medidas, sem divisões. Ignore tudo que for mesquinho e pequeno demais, tudo o que for oco demais.
Prefira os sentimentos que você não entende, os sentimentos que, de tão grande, quase nem cabem em você.
Os sentimentos que de alguma forma farão suas pernas tremer, os sentimentos que te fazem querer ser melhor, os sentimentos que te satisfazem no sentido mais puro e mais sacana do mundo.
Aquilo que é tudo junto numa coisa só. Isso já é ser feliz.
Esquece esse medo de se ferir, de sofrer, de chorar e aceite que isso é inevitável. Então fira-se e chore, mas faça isso por tudo que vale a pena, porque essa é a forma mais leve de viver que você já viu em toda a sua vida.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Sinceridades subitas

"Eu não quero que ele termine comigo pelo que ele acha que eu sou. Eu quero que ele termine comigo pelo que eu sou."

Isa

quarta-feira, outubro 08, 2008

Não trabalhei hoje, então passei a manhã fazendo as unhas, como há muito tempo não fazia e como é de praxe a TV ficou ligada mesmo que eu não estivesse assistindo, mesmo que fosse a blogueira mais famosa do Brasil entrevistando o cara mais descolado e engraçado da Mtv eu ficava mesmo com os meus pensamentos, aliás, eu só parei mesmo pra ver a reportagem sobre a Tati Bernardi, que lançou outro livro. Aliás, ela não tá mais loira! - Aah! E daí? Foda-se a cor do cabelo gente... -
Enquanto as unhas secavam, fiquei entre o gibi novo da minha irmã que estava por ali e as goladas na garrafa de vinho da minha mãe, que só bebe vinho porque isso faz bem pro coração e que me mataria se soubesse que eu estava bebendo esse "remédio" assim. Bem, se me perguntarem sobre a história do tal gibi eu vou rir e só. Não sei, não lembro, não dou a mínima! Eu estava mesmo pensando sobre tudo o que aconteceu até aqui, pensando se eu fiz tudo certo, fiquei me perguntando como seria se eu tivesse sido diferente. Estava me sentindo calma. Nem triste, nem nada, apenas calma. Também, convenhamos que eu tenho lá meus motivos para estar calma, motivos pra lá de superficiais, eu admito, mas ainda assim são motivos. Fiquei pensando em todas as coisas que eu já disse, e porque eu as disse? Fiquei tentando ver as coisas pelo ponto de vista de outra pessoa. Pensava, pensava e ainda assim concordava comigo mesma. Eu admito que isso me torna uma pessoa inflexível e difícil, quase uma cabeça dura, mas nada tinha mudado e exatamente hoje, tudo o que eu não estava levando a sério e tudo o que não era importante era o que me mantinha viva* e eu precisava disso. Eu me sentia mal por isso. Não gosto de usar situações e oportunidade pra esquecer de uma mal qualquer dentro do peito. Era ilusão, mas ainda assim me sentia calma por todas essas coisas que não faziam o menor sentido. Isso me mantinha calma.
Fiquei naquela cena quero-ser-gente a tarde toda, eu e aquela calma absurda que eu estava sentindo. Qualquer coisa ali estava me fazendo pensar em coisas que não eram importante.
E já que eu estava ali, sozinha e meio tonta, resolvi que também não iria pra academia. Me entupi de chocolate e amendoim. Faz um mês que fazer isso é uma loucura, no mínimo! Também depois de ter um professor gostosão dizendo que isso é mais nocivo que usar drogas eu fico toda cheia de dor na consciência.
Mas eu comi, bebi e fiquei escutando Hot N' Cold da Kate, toda me sentindo a protagonista do clipe (se é que essa música tem um clipe, sei lá), não queria ir pra faculdade também, esse era meu dia que ninguém precisava me ver por aí, mas mais algumas horas assim e eu iria, sei lá, me viciar em viver assim.
Então, o telefone tocou e era um amigo meu. Eu sei que vai soar estranhamente romântico se eu disser que eu tava mesmo pensando nele na hora, mas enfim, ele veio com aquela notícia chata que me fez querer pular no pescoço dele como se ele ou mais alguém tivesse culpa de alguma coisa. Lamentei, adiei mil esperanças, quase xinguei ele, mas no final sorri. Ele e nem ninguém tinha culpa de nada. E como eu sou insuportavelmente otimista, lembrei do lado bom da coisa toda e fui logo soltando "Tá tudo bem, tá tudo ótimo, amigo"... E como todos os planos de ser feliz já tinham ido pelo ralo mesmo, mandei a mensagem que salvaria, pelo menos, o meu sábado, peguei a mochila e fui pra faculdade, como se nada disso fosse importante.
E que irônico, tudo isso que me parece sem importância, tem me mantido calma e viva.

terça-feira, outubro 07, 2008

Personarepontocom

Fiz o mapa astral, a sinastria amorosa, joguei as cartas e a porra toda.
Só pra gastar o tempo que eu não tenho, só pra ter certeza de tudo que eu nem imagino, só pra tentar entender o que não se entende, só pra tentar fazer tudo certo...
Aliás, sabe aquela parte da sinastria que diz "evite fazer"? Pois é, é exatamente tudo o que eu tenho feito.
Achei uma bela de uma ironia e só pra variar eu ri disso tudo.
Ê vida...

segunda-feira, outubro 06, 2008

Que eu desconheço

"É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Amor de dentro pra fora
Amor que eu desconheço...
(...)
Então seguirei meu coração até o fim
Pra saber se é amor
Magoarei mesmo assim
Mesmo sem querer
Pra saber se é amor
Eu estarei mais feliz
Mesmo morrendo de dor
Pra saber se é amor
Se é amor"

Rogério Flausino

Os sem armadura

Odeio ver alguém que eu gosto chorar assim, então eu choro.
Não quero vê-lo assim. Não ele, porque ele também não sabia que as pessoas usavam armaduras. Ele também não sabia.
E eu sei como essa coisa machuca a gente.
Essa armadura machuca quando a gente abraça assim com o peito aberto.
Então não o faça chorar por causa de uma confusão qualquer.
Eu sei, é essa inocência dele que assuta e te faz se vestir assim.
Mas é que com ele não precisa, porque ele também não sabe nada, ele só sente.
Ele só sabe chorar quando as coisas dão errado e sorrir quando você liga.
Então me responde por que ele tem que pagar pelos erros alheios se ele te ama de graça?
Porque ele tem aprender esses jogos da vida se ele apenas te abraça sem pensar? Porque ele precisa aprender a medir tudo o que sente se ele apenas vai sem armas pros teus braços?
Então não o machuque ou eu vou se obrigada a quebrar o seu nariz, mesmo que você esteja usando toda essa armadura que, aliás, também está te ferindo e você nem está vendo...


[Ele: Flavio]

quarta-feira, outubro 01, 2008

As cenas ainda são bem nítidas na minha cabeça, e pra ser sincera, nem de longe eu me senti como achei que me sentiria. Apenas aquela euforia inocente e mais nada. Nem alegria e nem tristeza.
Alias, eu achei tudo muito bobo, tudo muito de repente, tudo muito sem importância.
Isso me mata.
Eu nem sequer conseguia me concentrar em nada. Dentro dos meus próprios pensamentos eu apenas falava comigo mesma. Acho que eu até ri comigo mesma, ria de mim, ria da minha sobriedade e sã consciência alienígena habitual diante de qualquer situação embaraçosa. Isso é tão não peculiar.
Não estava tentando explicar nada pra ninguém e, pro meu bem, que nada ficasse claro mesmo dessa vez.
É que eu tinha mil coisas pra falar, só que não era importante falar nenhuma dessas coisas... Não era sequer viável dizer tudo.
Bateu aquela preguiça enorme de começar dizendo tudo o que eu estava sentindo e tudo o que realmente estava acontecendo: "Vou ali e já volto" e mais nada.
Eu era uma incógnita.
Mas isso, pela primeira vez, não era tão ruim.