quarta-feira, julho 02, 2008

É julho, como antes

E eu não escondo o quanto eu adoro quando ele chega.
O mês mais frio do ano, o mês das férias da faculdade, que aliás está me enchendo a paciência, o mês em que os meus amigos que foram estudar fora da cidade passam mais tempo aqui, o mês do meu aniversário... 21 anos, aliás...
Estranho é dizer que ainda me pedem a identidade quando eu deveria me sentir tão adulta.
Estranho é eu ter achado que já estaria tudo resolvido quando essa idade chegasse.
Estranho é ainda ter dúvidas sobre tanta coisa.
Não sei se acho o mundo lindo como eu vejo, não sei se estou na faculdade certa, não sei se amo as pessoas certas, não sei se sou o que eu gostaria de ser, nao sei se importa agradar qualquer alma rasa por nada. Simplesmente não sei.
Tudo o que sei é que é ruim demais sentir tudo tão a flor da pele quando o mundo ta louco assim e que viver de verdade é mergulhar em cada dia como esse fosse uma piscina num dia de verão. Sei que as pessoas são só pessoas que decidem num gesto qualquer se serão especiais ou não e que amar, definitamente está muito além do meu entendimento e o de qualquer pessoa.
É, sei esse monte de coisa banal que de tão banal vira a unica coisa que todo mundo deveria saber.
Eu também sei que muita coisa vai mudar daqui em diante, assim como mudaram do passado até aqui.
Sei que mil escolhas vêm por aí, de mãos dadas com mil mudanças, mil acasos e mil mal entendidos.
Mas isso é inevitável e eu acabo gostando das coisas desse jeito.
Mesmo que eu olhe pra trás e me pergunte “e se fizesse diferente?”, não com arrependimento, mas com curiosidade.
E se eu tivesse escolhido o curso diferente, a escola diferente, amigos diferentes, amores diferentes, roupas diferentes, musicas diferentes? Ah! Curiosidade que eu nunca vou matar...Mas não adianta, agora é o 'daqui pra frente', eu e esse frio na barriga de viver.
Mas pelo menos fica a certeza de que tem coisas que ficam exatamente como antes.
Por que afinal de contas Julho chegou, exatamente como antes.

Um comentário:

Tathiana disse...

Uma das coisas que gosto que sejam sempre "como antes": os amigos. Taí algo que não questiono! rs. Mas questiono todo resto.
Tb achei que, já balzaquiana, teria uma vida estável e normal. Mas não é estável, tampouco normal! rs. Mas qt à anormalidade, até gosto dela... rs.
Importa é que sempre há escolhas a serem feitas e sempre podemos udar nosso rumo.
Bjs.