segunda-feira, novembro 24, 2008

Saudade estranha

Eu, mais uma vez banalizei meu coração e acabei chorando por dentro a noite toda. Então acordei sentindo aquele maldito vazio que só falta me matar de tanto ser só um vazio. Eu preferiria sentir dor a sentir esse nada horroroso.
Acho que é aquela saudade estranha que eu dei pra sentir agora. Saudade de coisas que eu nunca tive.
Senti saudade de sei lá quem que nunca existiu, senti saudade da paz que é saber o que se quer e pra onde se vai, saudade da leveza de uma vida com algumas certezas boas, saudade de ouvir um "amo você" imedido, mesmo que eu nem saiba que diabos seja isso de amar, senti saudade de olhar nos olhos e não precisar de mais nada pra acreditar, senti saudade de ter todo o tempo do mundo pra amar porque já não preciso passar a maior parte do tempo me defendendo exatamente de quem eu amo, senti saudade dessas coisas...
Então eu quis sair louca por ai pra matar essa saudade, quis gritar irritada exigindo ter só um pouquinho disso, só uma partezinha boa das pessoas pra eu fechar esse buraco feio aqui no peito. Achei que talvez eu merecesse um pouquinho dessas coisas. Porque era só isso que poderia me fazer sentir bem agora, era isso que iria preencher esse maldito vazio que anda me matando todas as manhãs. Mas eu não sai louca por aí, e nem gritei irritada com ninguém, eu apenas permaneci deitada na cama, me perguntando quando será que essa saudade estranha vai passar? Essa saudade estranha de coisas que eu nunca tive.

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